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Tudo o que as equipes financeiras precisam saber sobre as normas IFRS
Entender e aderir às normas IFRS é essencial para as empresas que operam em uma economia global.
março 11, 2025O que é o IFRS?
As Normas Internacionais de Relatórios Financeiros (IFRS) são uma estrutura reconhecida mundialmente e projetada para garantir a transparência, a consistência e a comparabilidade dos relatórios financeiros entre os países. Ele fornece um conjunto de padrões contábeis que permite que empresas e investidores tomem decisões informadas com base em demonstrações financeiras confiáveis e padronizadas. Atualmente, mais de 140 países exigem ou permitem o uso das IFRS, tornando-as uma das estruturas contábeis mais amplamente aceitas em todo o mundo.
Quem criou as IFRS?
O IFRS foi criado pelo International Accounting Standards Board (IASB), uma organização independente estabelecida em 2001. Com sede em Londres, o IASB opera sob a supervisão da Fundação IFRS, que é responsável por promover e governar a adoção dessas normas em nível global. O IASB sucedeu o Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (IASC), que vinha desenvolvendo as Normas Internacionais de Contabilidade (IAS) desde 1973. Embora as normas IAS tenham lançado as bases, as IFRS representam a evolução das práticas contábeis globais para atender às demandas financeiras e econômicas modernas.
Qual é o objetivo das IFRS?
O principal objetivo das IFRS é criar uma linguagem unificada para os relatórios financeiros, permitindo que as partes interessadas compreendam e comparem as demonstrações financeiras em outros países. Os principais objetivos incluem:
- Aumentar a transparência: Garantir que as demonstrações financeiras forneçam um quadro claro e preciso do desempenho e da posição financeira de uma empresa.
- Promover a comparabilidade: Facilitar a comparação de demonstrações financeiras entre diferentes setores e jurisdições para investidores, órgãos reguladores e outras partes interessadas.
- Facilitar o comércio e os investimentos globais: Ao harmonizar as práticas contábeis, o IFRS reduz as barreiras às transações e aos investimentos internacionais.
- Apoiar a estabilidade econômica: Os relatórios padronizados ajudam os reguladores e os formuladores de políticas a identificar riscos e oportunidades no sistema financeiro global.
Quais são os 4 pilares das IFRS?
Os quatro pilares de divulgação das normas do ISSB (International Sustainability Standards Board), que incorporam as recomendações da TCFD (Task Force on Climate-related Financial Disclosures), servem como uma estrutura estruturada para que as empresas forneçam informações úteis para a tomada de decisões dos investidores. Cada pilar desempenha um papel fundamental para garantir a transparência e a responsabilidade nos relatórios de sustentabilidade corporativa.
1. Governança
Esse pilar se concentra em como uma organização supervisiona e gerencia riscos e oportunidades relacionados ao clima. Ele exige que as empresas divulguem:
- A função do conselho de administração, de um comitê ou de um órgão de governança equivalente na supervisão dos riscos e oportunidades relacionados ao clima.
- A função da gerência na avaliação e gerenciamento dos riscos e oportunidades relacionados ao clima.
- Como as estruturas de governança da organização apoiam sua capacidade de atingir suas metas e objetivos relacionados ao clima.
2. Estratégia
Esse pilar se concentra em como os riscos e oportunidades relacionados ao clima influenciam a estratégia e o modelo de negócios da organização. Ele exige que as empresas divulguem:
- Riscos e oportunidades relacionados ao clima identificados a curto, médio e longo prazo.
- O impacto dos riscos e oportunidades relacionados ao clima no modelo de negócios, na estratégia e no planejamento financeiro da organização.
- A resiliência da estratégia da organização, considerando diferentes cenários relacionados ao clima, incluindo um cenário de 2°C ou menos.
3. Gerenciamento de riscos
Esse pilar concentra-se nos processos usados pela organização para identificar, avaliar e gerenciar os riscos relacionados ao clima. Ele exige que as empresas divulguem:
- Os processos usados para identificar e avaliar os riscos relacionados ao clima.
- Os processos usados para gerenciar os riscos relacionados ao clima.
- Como esses processos são integrados ao gerenciamento geral de riscos da organização.
4. Métricas e metas
Esse pilar exige que as organizações divulguem as métricas e metas usadas para avaliar e gerenciar riscos e oportunidades relevantes relacionados ao clima. Ele exige que as empresas divulguem:
- As métricas usadas para avaliar os riscos e oportunidades relacionados ao clima de acordo com sua estratégia e processo de gestão de riscos.
- As emissões de gases de efeito estufa (GHG) de Escopo 1, Escopo 2 e, se apropriado, Escopo 3, e os riscos relacionados.
- As metas usadas para gerenciar riscos e oportunidades relacionados ao clima e o desempenho em relação às metas.
O que são as normas IFRS?
As normas IFRS são diretrizes específicas emitidas pelo IASB para tratar de vários aspectos dos relatórios financeiros. Atualmente, existem 19 normas IFRS, cada uma focada em uma área distinta da contabilidade. Essas normas fornecem regras detalhadas para o reconhecimento, a mensuração, a apresentação e a divulgação de informações financeiras.
Aqui está uma visão geral de cada norma IFRS:
IFRS 1: Adoção pela primeira vez das normas internacionais de relatórios financeiros
O IFRS 1 fornece orientação para empresas que estão fazendo a transição de suas normas contábeis nacionais para o IFRS pela primeira vez.
IFRS 2: Pagamento baseado em ações
O IFRS 2 trata da contabilização de transações de pagamento com base em ações, incluindo acordos liquidados com capital próprio e com dinheiro. Ela garante o reconhecimento preciso de despesas relacionadas a opções de ações de funcionários e outros pagamentos baseados em ações.
IFRS 3: Combinações de negócios
A IFRS 3 descreve as exigências contábeis para fusões e aquisições. Ela introduz o método de compra, exigindo que as empresas reconheçam ativos, passivos e ágio identificáveis.
IFRS 4: contratos de seguro
A IFRS 4 definiu diretrizes temporárias para contratos de seguro até que uma norma mais abrangente, a IFRS 17, entrasse em vigor. Ela oferece flexibilidade para as seguradoras que estão fazendo a transição para o IFRS.
IFRS 5: Ativos não circulantes mantidos para venda e operações descontinuadas
O IFRS 5 especifica a contabilização de ativos mantidos para venda e a apresentação de operações descontinuadas, garantindo o tratamento consistente desses itens nas demonstrações financeiras.
IFRS 6: Exploração e avaliação de recursos minerais
A IFRS 6 aborda os relatórios financeiros das atividades de exploração e avaliação nos setores extrativistas, permitindo que as empresas desenvolvam políticas contábeis adequadas.
IFRS 7: Instrumentos financeiros: Divulgações
O IFRS 7 exige que as empresas forneçam divulgações detalhadas sobre seus instrumentos financeiros, incluindo riscos, métodos de avaliação e análises de sensibilidade.
IFRS 8: Segmentos operacionais
O IFRS 8 concentra-se em relatórios por segmento, exigindo que as empresas divulguem informações financeiras e descritivas sobre seus segmentos operacionais para aumentar a transparência.
IFRS 9: instrumentos financeiros
Essa norma abrange a classificação, a mensuração, a redução ao valor recuperável e a cobertura de instrumentos financeiros. Ela substitui a IAS 39, oferecendo uma abordagem mais baseada em princípios.
IFRS 10: Demonstrações financeiras consolidadas
O IFRS 10 estabelece princípios para a apresentação de demonstrações financeiras consolidadas, com foco no controle como base para a consolidação.
IFRS 11: Acordos conjuntos
O IFRS 11 fornece orientação sobre a contabilização de empreendimentos conjuntos e operações conjuntas, garantindo o reconhecimento adequado de acordos de controle compartilhado.
IFRS 12: Divulgação de participações em outras entidades
O IFRS 12 exige que as empresas divulguem informações sobre suas participações em subsidiárias, acordos conjuntos, associadas e entidades estruturadas não consolidadas.
IFRS 13: Mensuração do valor justo
O IFRS 13 define valor justo e fornece uma estrutura para medir e divulgar o valor justo nas demonstrações financeiras.
IFRS 14: Contas de diferimento regulatório
O IFRS 14 permite que os adotantes pela primeira vez do IFRS continuem reconhecendo os saldos das contas de diferimento regulatório de acordo com suas práticas contábeis anteriores.
IFRS 15: Receita de contratos com clientes
O IFRS 15 introduz um modelo de cinco etapas para o reconhecimento da receita, garantindo um tratamento consistente e comparável entre setores e transações.
IFRS 16: Arrendamentos
O IFRS 16 substitui o IAS 17 e exige que os arrendatários reconheçam a maioria dos arrendamentos em seus balanços, aumentando a transparência na contabilidade de arrendamentos.
IFRS 17: contratos de seguro
A IFRS 17 fornece uma estrutura abrangente para a contabilidade de contratos de seguro, garantindo consistência e comparabilidade.
Normas IFRS vs. GAAP vs. IAS
O que é GAAP?
Princípios contábeis geralmente aceitos (GAAP) é a estrutura contábil usada principalmente nos Estados Unidos. É um sistema baseado em regras que fornece diretrizes detalhadas e padronizadas para vários cenários contábeis, garantindo consistência, transparência e precisão nos relatórios financeiros. Estabelecido pelo Financial Accounting Standards Board (FASB), o GAAP foi projetado para regular como as empresas reconhecem a receita, medem as despesas e apresentam as demonstrações financeiras.
O que são as IAS?
As Normas Internacionais de Contabilidade (IAS) foram as predecessoras das IFRS. Emitidas pelo IASC entre 1973 e 2001, essas normas formaram a base da estrutura atual das IFRS.
IFRS vs. GAAP
Aqui está um exemplo das diferenças entre IFRS e GAAP.
- Princípios vs. regras: As IFRS são uma estrutura baseada em princípios, enfatizando diretrizes e interpretações amplas, enquanto os GAAP são baseados em regras, com regulamentações específicas e detalhadas para vários cenários contábeis.
- Comparabilidade global: As IFRS priorizam a transparência e a comparabilidade nos mercados internacionais, o que as torna ideais para empresas multinacionais. Em contrapartida, o GAAP concentra-se em atender às exigências específicas dos órgãos reguladores dos EUA, como a Securities and Exchange Commission (SEC).
- Avaliação de estoques: O IFRS proíbe o uso do método de estoque LIFO (Last-In, First-Out), enquanto o GAAP o permite.
- Reconhecimento de receita: Embora ambas as estruturas estejam alinhadas em muitos aspectos do reconhecimento de receita, as IFRS se concentram na transferência de controle, enquanto os GAAP enfatizam a conclusão dos processos de ganhos.
IFRS vs. IAS
- Evolução: As normas IAS foram emitidas pelo IASC antes de serem substituídas ou atualizadas pelas IFRS após 2001. As IFRS refletem as práticas contábeis modernas e abordam as complexidades do ambiente de negócios globalizado de hoje.
- Relevância: O IFRS incorpora avanços nos relatórios financeiros, como novos padrões para reconhecimento de receita, arrendamentos e instrumentos financeiros, tornando-o mais adequado às condições econômicas dinâmicas.
IAS vs. GAAP
- Princípios vs. regras: Semelhante ao IFRS, o IAS adota uma abordagem baseada em princípios, permitindo flexibilidade na aplicação. A estrutura baseada em regras do GAAP exige o cumprimento rigoroso de diretrizes predefinidas.
- Foco geográfico: Os GAAP são adaptados ao mercado dos EUA, enquanto as IAS tinham como objetivo estabelecer uma uniformidade global nos relatórios financeiros antes da adoção das IFRS.
IFRS vs. GAAP vs. IAS
Agora vamos comparar IFRS vs. GAAP vs. IAS e suas semelhanças ou diferenças.
- Padronização global: As IFRS representam a evolução das IAS, estabelecendo um padrão global abrangente para relatórios financeiros. Em contrapartida, o GAAP é específico dos EUA.
- Flexibilidade e modernização: Tanto as IAS quanto as IFRS enfatizam os princípios, mas as IFRS integram práticas mais contemporâneas, abordando transações financeiras complexas que as IAS ou os GAAP podem não cobrir totalmente.
O que são os padrões de divulgação de sustentabilidade do IFRS?
Reconhecendo a crescente importância da sustentabilidade nos relatórios financeiros, a Fundação IFRS criou o International Sustainability Standards Board (ISSB) para desenvolver normas de divulgação de sustentabilidade. Essas normas têm como objetivo criar uma linha de base global para a divulgação de riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade.
IFRS S1: Requisitos gerais para divulgações financeiras relacionadas à sustentabilidade
O IFRS S1 oferece uma estrutura abrangente para as empresas divulgarem informações financeiras relacionadas à sustentabilidade. Ela enfatiza a materialidade, exigindo que as empresas se concentrem em questões que afetam significativamente o valor da empresa.
IFRS S2: Divulgações relacionadas ao clima
O IFRS S2 concentra-se especificamente nos riscos e oportunidades relacionados ao clima, alinhando-se às recomendações da Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD). Ela exige que as empresas informem sobre governança, estratégia, gerenciamento de riscos e métricas relacionadas às mudanças climáticas.
Conclusão: Fique por dentro das normas IFRS com a Prophix
Compreender e aderir às normas IFRS é essencial para as empresas que operam em uma economia global. Essas normas não só garantem a transparência e a comparabilidade, mas também ajudam as organizações a enfrentar os desafios da sustentabilidade de forma eficaz. Ao aproveitar a tecnologia financeira como o Prophix, as empresas podem simplificar seus processos de relatórios financeiros, melhorar a conformidade e se adaptar ao cenário regulatório em evolução.
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